segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Castelo de Belmonte


Tudo parece indicar que a povoação de Belmonte, erguida sobre um cabeço na margem esquerda do Zêzere, possui origens que remontam à época pré-romana. A via militar ro­mana que ligava Mérida à Guarda passava nas suas proximidades. É por isso provável que no local onde hoje se encontram as ruínas do seu castelo houvesse anteriormente uma povoação fortificada.

As primeiras notícias acerca do castelo de Belmonte surgem, porém, apenas na época de Afonso III. Tendo a povoação recebido foral de D. Sancho I e do Bispo de Coimbra (1199), conjecturou-se que aquele houvesse mandado fortificá-la. Não se conseguiu, porém, comprovar esta hipótese nem por dados documentais, nem através dos vestígios materiais subsistentes.

A traça arquitectónica do castelo aponta para uma construção trecentista, corroborada por um documento de 1258 em que é concedida autorização ao Bispo de Coimbra, D. Egas Fafes, para erguer naquele local uma torre e um castelo, pois a povoação pertencia ao seu senhorio. As obras poder-se-ão ter prolongado pelo reinado de D. Dinis durante o qual se fizeram muitos trabalhos de alargamento e beneficiação das fortificações da fronteira castelhana. A influência do estilo manuelino está também presente em algumas partes da edificação, com especial incidência para o solar dos Cabrais, senhores de Belmonte, onde ainda se podem admirar algumas esferas armilares e uma janela geminada.

O castelo consta assim de uma alta torre quadrada – a de Menagem –, de restos da moradia dos seus alcaides e de alguns panos de muralha. A Torre de Menagem, de construção medieval, é ameada no topo e possui duas grandes janelas voltadas para sul e para poente. Ao lado fica uma porta de arco redondo, sobrepujada pela esfera armilar e pelo escudo dos Cabrais. A muralha de cantaria apresenta baluartes em todo o circuito.

A partir de meados do século XV, a história da vila funde-se, de facto, com a dos Cabrais, seus alcaides-mores e adiantados da Beira. O primeiro varão ilustre desse nome foi Aires Pires Cabral, que teve várias mercês de Afonso III. A alcaidaria do castelo de Belmonte passou a pertencer à família desde a sua atribuição a Luís Álvares Cabral, avô de Fernão Cabral, a quem passou a ser vinculada hereditariamente, e bisavô de Pedro Álvares Cabral, o descobridor do Brasil.

É uma vila no interior de Portugal, na Beira Interior e Cova da Beira, a 353 km de Lisboa, 245 km do Porto e 70 km da fronteira com a Espanha (Vilar Formoso).
Tem belas paisagens sobre o Vale do Rio Zêzere, a Serra da Estrela e seu Parque Natural.
O seu povo desempenha um papel importante na agricultura, na criação de animais e também na indústria de confecção de vestuário.
A Câmara facilita a instalação destas e outras indústrias e a criação de Câmaras de Comércio.
Este povo é gentil e simples. Visite Belmonte e fique aqui algum tempo.
Podemos oferecer-vos pratos regionais: cabrito (cabrito assado e cabrito de ensopado), bacalhau (bacalhau à mercado), bons bolos (cavacas, biscoitos...), e bom queijo.

JOSÉ MATTOSO e MANUELA SANTOS SILVA

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